As irmãs Maria Eloy May e Maria Eloisa Neves May doaram ao Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação um Martinho de Haro dos anos 1940/50. Sem título, o óleo sobre tela, traz o retrato de um homem sentado, de poncho, e um chapéu em uma das mãos.

Conhecidas da família, as May reconhecem a iniciativa do instituto, o caráter público e educacional, entendem que a arte deve ser compartilhada. Sabem, também sobre a conexão que Marcelo Collaço Paulo, diretor-presidente do instituto, manteve com Martinho de Haro (1907-1985), um dos mais importantes artistas do modernismo catarinense e influenciador nas concepções e interesses artísticos do colecionador que, jovem, ainda estudante de medicina, visitava a casa e o ateliê do artista.

Martinho de Haro mereceu um tributo na segunda exposição realizada pelo instituto, inaugurado em 2022. “Indivisível Substância: Martinho de Haro e Florianópolis” ocorreu entre março e julho de 2023, com curadoria de Francine Goudel e Ylmar Corrêa Neto. A mostra apresentou 46 trabalhos, parte do núcleo da coleção, que permitiram traçar novas análises sobre uma criação pictórica amalgamada com Florianópolis, onde o artista nascido em São Joaquim escolheu para viver a partir de 1942 e morreu em 1985. O conteúdo da mostra pode ser conferido no catálogo lançado em 2023, disponível on-line: https://institutocollacopaulo.com.br/indivisivel-substancia-martinho-de-haro-e-florianopolis/

 

Parceiros do instituto

Neste momento o Instituto Collaço Paulo apresenta, até o dia 28 de setembro, a mostra “Etérea”, que pode ser visitada gratuitamente e conta com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi), o apoio cultural da Corporate Park, Ibagy e Paradigma Cine Arte, e o patrocínio da Prefeitura de Florianópolis por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (modalidade doação), Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes.

 

Sobre Martinho de Haro

Natural de São Joaquim (SC), Martinho de Haro nasceu em 1907. Viveu por dez anos no Rio de Janeiro, onde integrou o Grupo Bernardelli e trabalhou como auxiliar de João Timótheo da Costa (1878-1932) na decoração da Igreja Nossa Senhora da Pompéia, e de Eliseo Visconti (1866-1944) na criação do panneau do Teatro Municipal. A mesma cidade realizou, em 1977, sua última exposição.

Em 1937, viaja a Paris, de onde volta cerca de um ano depois em razão da guerra. Engajado nos assuntos da cidade, participou em 1949 da criação do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) que dirigiu entre 1955 e 1958.

No centenário em 2007, uma comissão presidida por Marcelo Collaço Paulo, organizou uma vasta programação com exposição, livros, discussões, convidados ilustres, produção de documentário. A iniciativa reuniu o melhor da produção de Martinho, segundo João Evangelista Andrade Filho, secretário da comissão, na época administrador do Masc. O legado de Martinho de Haro recebeu a atenção de estudiosos e críticos, entre eles Fábio Magalhães, João Evangelista Andrade Filho, Roberto Teixeira Leite e Walmir Ayala, que se debruçaram sobre as obras e indicaram novas perspectivas de entendimento e avaliação.

Ao morrer em 1985, em Florianópolis, Martinho de Haro deixou um expressivo legado que ajuda a compreender a cidade sob diferentes abordagens.

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