Resgatar em cada um a vontade de viver a cidade, ocupar os espaços e estabelecer uma comunicação direta entre a arte, o entretenimento e o turismo são propósitos da Maratona Cultural de Florianópolis que se sedimenta como o maior evento nesta área no Sul do Brasil. Projeto multicultural, configura uma base social e econômica na região, movimentando toda a cadeia produtiva da cultura. Em sua existência, contabiliza um milhão de pessoas impactadas, 15 mil artistas que se apresentaram e 3 mil atrações. Na 11ª edição, entre os dias 21 e 23 de março, irá acionar 19 bairros da capital catarinense, numa expressiva rede de parcerias empresariais e institucionais que possibilita a gratuidade de todas as atividades.

De acordo com o seu histórico, a Maratona Cultural, que se inspira na Nuit Blanche, iniciativa francesa, e na Virada Cultural de São Paulo, propõe a convivência em espaços públicos, convida a população a se apropriar da cidade e de aparelhos culturais por meio das artes, da música, da dança, e das manifestações populares, com artistas de Santa Catarina e do Brasil. Planejada para um público heterogêneo, diverso e plural, viabiliza o acesso ao que é produzido no Estado, ocupando de modo criativo os espaços públicos.

De novo, o Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação integra a Maratona Cultural, desta vez com a mostra “Máscara Humana” e, no dia 22, no sábado, às 15 horas, com o lançamento do livro “Tudo se Deseja Ver – Mergulhos na Coleção Collaço Paulo” (Aaesc), resultado de um seminário realizado em 2023. As organizadoras Sandra Makowiecky e Luana Wedekin, pesquisadoras vinculadas à Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV), reúnem autores representativos de diferentes regiões do Brasil que, à luz da Coleção Collaço Paulo, estudaram as obras apresentadas no Instituto Collaço Paulo nas mostras “Mais Humano: Arte no Brasil de 1850-1930” e “Indivisível Substância – Martinho de Haro de Florianópolis”.

Fora o lançamento do livro, interessados na agenda da Maratona podem apreciar a exposição “Máscara Humana” que está inserida entre 37 mostras que propõem uma imersão na produção contemporânea, apresentando instalações e intervenções urbanas em diferentes espaços como galerias, centros culturais e áreas de grande circulação, criando um percurso artístico. O objetivo é aproximar a arte do cotidiano das pessoas e estimular novas formas de interação com a paisagem urbana.

 

Ações fora do centro

Como a maioria das ações do evento ocorrem no centro, a iniciativa do Instituto Collaço Paulo situa-se no contexto da descentralização e reforça o convite para um passeio no bairro Coqueiros, na praia do Meio, onde o equipamento cultural está instalado. Do mesmo modo, o Museu Hassis, um pouquinho adiante, na praia de Itaguaçu, apresenta “Hassis e Outros Carnavais”. Um dos modernistas mais expressivos de Santa Catarina, Hassis (1926-2001) pode ser visto em pinturas e desenhos no seu envolvimento com o Carnaval, tema que sempre o fascinou”, diz a curadora Monique Fonseca que contou com a parceria do museólogo Eugênio Pelegrini, responsável pela pesquisa de acervo. O artista deixou fotos, painéis e quadros que resgatam épocas importantes de Florianópolis e sua ligação com a mais popular das festas brasileiras. A mostra inclui também peças originais e fotografias das grandes produções realizadas por Hassis para o Carnaval nos salões do Clube Doze de Agosto.

Em outro contexto, mas na proximidade existencial e artística de Hassis, no Instituto Collaço Paulo está “Máscara Humana” que, em curadoria de Francine Goudel, reúne as composições de Rodrigo de Haro (1939-2021) que recorre frequentemente ao símbolo da máscara. Objeto imprescindível no palco da humanidade, esse signo plural, por entre os temas explorados pelo artista na década de 1970, faz um recorte na Coleção Collaço Paulo. A criação de personagens, as fabulações ambíguas e sujeitos que transparecem em desenhos e pinturas, instinto e sexualidade costuram um tecido social libertário, mítico e fantasioso, produzidos em um período singular da história. “Com forte carga simbólica, os trabalhos têm suas raízes exercidas em um contexto local, mas em diálogo com a universalidade da arte e às questões atemporais dos indivíduos”, informa Goudel, sobre a mostra que fica aberta gratuitamente até 26 de abril.

A exposição “Máscara Humana” e as iniciativas que asseguram uma série de atividades de cunho educativo e inclusivo contam com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi), apoio cultural da Ibagy, Cassol, Softplan, Hurbana, Corporate Park e Paradigma Cine Arte e patrocínio da Prefeitura de Florianópolis por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

 

Serviço

O quê: 11ª Maratona Cultural de Florianópolis – lançamento do livro “Tudo se Deseja Ver – Mergulhos na Coleção Collaço Paulo” (Aaesc),

Quando: 22.3.2025, 15h

Onde: Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação, rua Des. Pedro Silva, 2.568, bairro Coqueiros, Florianópolis (SC), tel.: 3025-4058

Quanto: gratuito

 

Serviço

O quê: exposição “Máscara Humana”

Quando: até 26.4.2025; seg. a sáb., 13h30 às 18h30

Onde: Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação, rua Des. Pedro Silva, 2.568, bairro Coqueiros, Florianópolis (SC), tel.: 3025-4058

Quanto: gratuito

 

Realização: Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação

Apoio: Sesi

Apoio Cultural: Ibagy, Cassol, Softplan, Hurbana, Corporate Park e Paradigma Cine Arte

Patrocínio: Prefeitura de Florianópolis por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (modalidade doação), Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

 

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